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sábado, 28 de fevereiro de 2009

ARS PICTORICA (9): Pelos cantos da casa de Andreas...

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A Galeria Ratton Cerâmicas apresenta a inauguração da Exposição de azulejaria “ Pelos Cantos da Casa” do artista Andreas Stöcklein que terá lugar na galeria no dia 9 de Março de 2009.


A Exposição estará patente até 31 de Maio de 2009.

«Numa linguagem límpida e quase clínica, o autor desenvolve, nos painéis de azulejos, o trompe-l’oeil de uma arquitectura impossível e abstracta. Os espaços sugeridos decompõem-se em planos sobrepostos e enlaçados. Este jogo de planos tira partido da inerente subdivisão que os azulejos impõem à superfície pintada. Uma vez definidos os planos e os espaços sugeridos entre eles, Andreas Stöcklein introduz o habitante destes espaços, que – embora invisível – deixou a sua marca pela acção e o gesto. O motivo recorrente da mão decalcada remete para o impulso muito antigo de deixar uma marca onde se habita, mas também alude ao toque no outro, à distância criada pelas paredes (virtuais?), e aos interstícios da empatia.

A exposição é complementada por uma série de desenhos que reconduzem ao espaço reconhecível, e cuja linguagem pictórica – já por si – nasce do gesto.» [in press release]


Tratando-se de um artista que tem vindo a encontrar no azulejo um meio privilegiado de expressão, com obras de vulto em diversos espaços públicos, como sejam a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa ou a Estação Ferrovária de Campolide, na mesma capital, importará estar atentos a este novo capítulo do seu trabalho, pelo que Ars Pictorica tem também o prazer de se associar à divulgação do mesmo.


Galeria Ratton

De segunda a sexta feira 10h-13h 15h-19,30h

Rua da Academia das Ciências, 2 C - 1200-004 Lisboa

Tel./Fax: (+351) 21 346 09 48

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

ARS PICTORICA (8): In memoriam Lagoa Henriques (1923-2009)

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Fernando Pessoa [na Brasileira do Chiado] / Lagoa Henriques


In memoriam LAGOA HENRIQUES (1923-2009)


Faleceu hoje o escultor Lagoa Henriques (1923-2009). A arte portuguesa está de luto, ficou de momento mais triste. Porém, há que dizê-lo não ficou mais pobre, porque o escultor nos deixou não apenas o produto do seu trabalho mas semeou novas gerações que estão a dar frutos e mais hão-de vir…

Como artista permaneceu largamente tributário de fórmulas académicas, fiel aos seus mestres Barata Feyo (1899-1990), Leopoldo de Almeida (1898-1975) e Marino Marini (1901-1980), excepção talvez feita ao seu Antero de Quental, onde exprime uma vitalidade que percorre caminhos “expressionistas” trilhados, avant la lettre, desde a Renascença por um Michelangelo Buonarroti (1475-1564) nos seus “escravos” (mas não na Pietá), no romântico Antoine-Louis Barye (1796-1875), e assumidamente projectados com Auguste Rodin (1840-1917) e Bourdelle (1861-1929), entre outros.

Cruzamo-nos amiúde com o seu Fernando Pessoa, implantado à mesa de um café no Chiado, próximo da Faculdade de Belas Artes onde leccionou. E, esta obra bastaria para o imortalizar (embora nem todos saibam ou procurem saber quem foi o seu autor, em particular os turistas que ali acorrem a fotografá-la). Mas em nossa opinião, Lagoa Henriques, o homem, superava mais ainda o escultor, que mercê da sua simplicidade generosa nunca quis impor-se ao mundo (o que advinha da sua grandeza natural).

Discípulo do filósofo e pedagogo Agostinho da Silva (1906-1994), que terá sido quem o incentivou a seguir o curso de escultura na então Academia de Belas Artes de Lisboa, foi curiosamente como professor das últimas gerações e divulgador que a sua acção foi mais profícua. O seu próprio atelier na Av.ª da Índia (Lisboa), era também um privilegiado espaço de tertúlia. Os seus dotes de comunicador ficaram aliás bem patentes numa série televisiva que a RTP exibiu, e seria agora a altura de repor, não apenas em jeito de merecida homenagem, mas como verdadeiro serviço público ao país.

Links:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lagoa_Henriques (biografia)
http://www.lagoahenriques.com/01.htm (site dedicado)
http://blogpt.josesaramago.org/2009/02/22/morreu-lagoa-henriques/
(texto de José Saramago)
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