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quarta-feira, 6 de julho de 2011

ARS PICTORICA (19): Painture & Fado inspiration : the sign of Portugal

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ECOS DO FADO NA ARTE PORTUGUESA - SÉCS. XIX-XX


Inauguração da exposição: 7 de Julho de 2011, pelas 19horas
Sala do Risco do Pátio da Galé
Terreiro do Paço - Lisboa


A triste sina do Fado Português - o autêntico, "nado e criado em Lisboa", já que do Brasil ao Japão esta "estranha forma de vida" parece estar em toda a parte por onde navegam portugueses contaminando epidemicamente outros povos com a sua melodia gingona e os trinados metálicos da guitarra - assim como percorre os caminhos da poesia, das cantigas de amigo a Fernando Pessoa e mais além, sem deixar de abraçar Camões, tem tocado também diversos pintores, que se aventuram nas ruelas da má-fama ou tão só nas casas de fado "vadio" onde se canta "até que a voz me doa".

A questão que se coloca é a de saber se os elementos pictoricos fadistas contituem um mero adereço pitoresco, seja para consumo interno dos tiffosi ou para "turista ver", ou são inspiradores decisivos para a criação de uma estética "fadista", seja ela seguidista e ornamental ou interaja de forma crítica com o objecto de observação e aponte caminhos de estéticos distintos do vulgar mainstream.

Nada como aceitar o convite e tirar a limpo a nossa interrogação (e o quadro de Amadeo de Sousa Cardozo que foi seleccionado para publicitar o evento, constitui só por si um excelente estímulo para lá irmos). Mas, entre o inevitável "O Fado" de Malhoa, nas suas versões de 1909 e 1910, e a sua reeinterpretação contemporânea pelo saudoso João Vieira, ou o iconoclasta "Anti-fadismo" (meados do séc. XX) do surrealisante Cândido Costa Pinto, para já não falar de recentes obras inéditas, entre as quais recentissimas telas de Júlio Pomar, são muitos outros os motivos para fazer desta exposição um dos grandes acontecimentos artísticos deste Verão (cortes no orçamento para a cultura aparte).

P.S.: Pela nossa parte, aceitámos o honroso convite para a inauguração e aqui fica este vídeo para memória futura, o qual, diga-se em boa verdade, contrariamente ao excelente catálogo não faz plena justiça à importância e qualidades desta exposição a não perder.

From Science & Art / Jorge Castro (poem) & David Zink (music)

Rei / Jorge Gonçalves (design) & Rui Zink (script)